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Índice:
1- Características da Dislexia
2- Dificuldades de aprendizagem ou patologia?
3- Dificuldade na fala
4- Depressão
5- Hábitos típicos da depressão podem piorar o quadro da doença

 

1- CARACTERÍSTICAS DA DISLEXIA

As características lingüisticas, envolvendo as habilidades de leitura e escrita, mais marcantes das crianças com dislexia são: 

  • a acomodação e persistência de seus erros de soletração ao ler e de ortografia ao escrever.
  • confusão entre letras,sílabas ou palavras com diferenças sutis de grafia: a-o, c-o, f-t, i-j, v-u, etc. 
  • confusão entre letras, ou palavras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço: b-d, b-p, d-b, d-q, n-u, w-m, a-e.
  • confusão entre letras que possuem um pouco de articulação comum, e, cujos sons acusticamente próximos: d-t, j-x, c-g, m-b-p, v-f.
  • invenções parciais ou totais e sílabas ou palavras: me-em, sol-los, som-mos, sal- las.

Outros fatores da aprendizagem podem acompanhar os disléxicos: 

  • alteração na memória;
  • alteração na memória de séries e seguências;
  • orientação direita - esquerda;
  • linguagem escrita;
  • dificuldades em matemática confusão com relação as tarefas escolares;
  • pobreza de vocabulário;
  • escassez de conhecimento prévio (memória de curto prazo).

Não se pode rotular de dislexia toda e qualquer dificuldade na leitura ou na escrita 
A dislexia é mais frequentemente caraterizada pela dificuldade na aprendizagem da decodificação das palavras. Pessoas dislexias apresentam dificuldades na associação do som à letra (o princípio do alfabeto); também constumam trocar letras, por exemplo. b com d, ou mesmo escrevê-las na ordem inversa, por exemplo, " ovóv" para vovó. 
A dislexia, contudo, é um problema visual, envolvendo o processamento da escrita no cérebro, sendo comum também 
confundir a direita com a esquerda no sentido espacial. Esses sintomas podem coexistir ou mesmo confundir se com características de vários outros fatores de dificuldade de aprendizagem, tais como déficit de atenção/hiperatividade, dispraxia, discalculia e/ou disgrafia. Contudo a dislexia e as desordens de déficit de atenção e hiperatividade não estão correlacionados com problemas de desenvolvimento.


Método e intervenção
As intervenções para o tratamento da dislexia tem sido feitas principalmente por meio de dois métodos de alfabetização  o multissensorial e o fônico.
É importante destacar que o método multissensorial é mais indicado para as crianças mais velhas, que já possuem histórico de fracasso escolar. O método fônico é indicado para crianças mais jovens e deve ser introduzidas logo no início da alfabetização.


2- DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM OU PATOLOGIA?



Dificuldade da aprendizagem ou patologia? Está presente no discurso social escolar uma tendência a relacionar o insucesso escolar com a patologia da aprendizagem. Essa tendência traduzida sob a expressão distúrbio de aprendizagem representa uma posição: um olhar mais voltado para as questões do organismo. Mas o sujeito da aprendizagem é mais do que organismo. Ele é também uma reedição da tendência mundial da década de 1970, quando as crianças que fracassavam na escola eram encaminhadas para serviços de saúde. Não há como negar as causas orgânicas para as dificuldades de aprendizagem, porém sua incidência é mínima, se comparada ao insucesso escolar geral.

A preocupação com os distúrbios de aprendizagem se por um lado, tranqüiliza os envolvidos porque nomeia um fenômeno, por outro, pode isentar de responsabilidade àqueles que se ocupam do ensino. Os esforços e o foco da intervenção não deveriam enfatizar a discriminação do que é patologia e o que é dificuldade de aprendizagem. Urge encontrar alternativas que promovam o sucesso da escolarização. Um dos caminhos possiveis para aquelas que se identificam com a persistência da complecidade dos fatores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem é tomar como ponto de partida a aprendizagem.

Uma das principais funções e finalidades do psicopedagogo é pesquisar as possíveis razões para o fracasso escolar. Quando as pistas e os sinais sãopesquisados nos discursos social e singular, há maiores possibilidades de atender o sujeito da aprendizagem globalmente, podendo, comomelhores condições, identificar e distinguir possíveis patologias das dificuldades de aprendizagem.

Como aprender é próprio ao ser humano, a expectativa é de sucesso incondicional. Dificuldades para a aprender são inerentes e pertinentes, devido aos múltiplos e complexos fatores envolvidos e também porque aprender é "um empreendimento difícil".
Fonte: Ciência &Vida , PSIQUE edição especial - ano l nº 2

3- DIFICULDADE NA FALA

Por que uma criança não fala?
Uma grande parte das crianças que apresentam atrasos de fala possui inteligência normal, boa audição, órgãos fonoarticulatórios íntegros e compreende o que lhe é falado.
Nestes casos, é provável que o ambiente não ofereça estímulos e desafios suficientes para que estas crianças desenvolvam a comunicação verbal.
Muitas vezes a criança não sente uma real necessidade de falar, já que seus familiares (irmãos, pais ou avós) falam por ela e atendem seus desejos mediante os gestos que ela produz.
Para este tipo de caso, o fonoaudiólogo proporá uma terapia com o objetivo de estimular e desenvolver a fala da criança, orientando seus familiares sobre como lidar com esta questão em seu cotidiano. Caso a criança ainda não frequente a escola, o terapeuta orientará a família a procurar uma escola de educação infantil adequada às suas necessidades.
E quais são os outros motivos para uma criança não falar?
Em outros casos, os atrasos na comunicação (a habilidade de compreender e de usar a linguagem oral) podem sinalizar um problema mais sério: a manifestação de um distúrbio mais severo de linguagem, um atraso global do desenvolvimento, uma perda auditiva, uma dificuldade emocional importante.
Um fonoaudiólogo, com experiência no atendimento de problemas de linguagem em crianças pequenas, poderá realizar o diagnóstico e dar o atendimento e a orientação adequada que estes casos requerem.


4 - DEPRESSÃO


O Que é Depressão?
A depressão é uma doença "do organismo como um todo", que compromete o físico, o humor e, em conseqüência, o pensamento. A Depressão altera a maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida. Ela afeta a forma como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas.
A Depressão é, portanto, uma doença afetiva ou do humor, não é simplesmente estar na "fossa" ou com "baixo astral" passageiro. Também não é sinal de fraqueza, de falta de pensamentos positivos ou uma condição que possa ser superada apenas pela força de vontade ou com esforço.
As pessoas com doença depressiva (estima-se que 17% das pessoas adultas sofram de uma doença depressiva em algum período da vida) não podem, simplesmente, melhorar por conta própria e através dos pensamentos positivos, conhecendo pessoas novas, viajando, passeando ou tirando férias. Sem tratamento, os sintomas podem durar semanas, meses ou anos. O tratamento adequado, entretanto, pode ajudar a maioria das pessoas que sofrem de depressão.
A Depressão, de um modo geral, resulta numa inibição global da pessoa, afeta a parte psíquica, as funções mais nobres da mente humana, como a memória, o raciocínio, a criatividade, a vontade, o amor e o sexo, e também a parte física. Enfim, tudo parece ser difícil, problemático e cansativo para o deprimido.
A pessoa deprimida não tem ânimo para os prazeres e para quase nada na vida, de pouco adiantam os conselhos para que passeiem, para que encontrem pessoas diferentes, para que freqüentem grupos religiosos ou pratiquem atividade exóticas.
Os sentimentos depressivos vêm do interior da pessoa e não de fora dela e é por isso que as coisas do mundo, as quais normalmente são agradáveis para quem não está deprimido, parecem aborrecedoras e sem sentido para o deprimido.
A Depressão é medicamente mais entendida como um mal funcionamento cerebral do que uma má vontade psíquica ou uma cegueira mental para as coisas boas que a vida pode oferecer. A pessoa deprimida sabe e tem consciência das coisas boas de sua vida, sabe que tudo poderia ser bem pior, pode até saber que os motivos para seu estado sentimental não são tão importantes assim, entretanto, apesar de saber isso tudo e de não desejar estar dessa forma, continua muito deprimido.
Portanto, as doenças depressivas se manifestam de diversas maneiras, da mesma forma que outras doenças, como, por exemplo, as do coração.


Tipos de Depressão
À Depressão pode se manifestar como Depressão Típica ou Depressão Atípica
A Depressão Atípica é uma maneira disfarçada da Depressão se apresentar. Isso acontece, normalmente, naquelas pessoas que não se permitem sentimentos sem motivo e, apesar de já terem ido à muitos consultórios médicos com as mais variadas queixas e de terem feito inúmeros exames, continuam achando que a medicina ainda não conseguiu descobrir a causa de seus problemas.
A Depressão Típica, por sua vez, se manifesta com todos os sintomas emocionais típicos, tais como apatia, desinteresse, tristeza, desânimo, etc. A Depressão pode ser entendida como um estado afetivo rebaixado. Portanto, o que mais se constata na Depressão Típica é um cansaço ou inibição das atividades físicas e psíquicas tal como se houvesse uma perda de energia geral. Para as pessoas deprimidas todas as atividades parecem mais cansativas, difíceis e tediosas. Há um comprometimento do ânimo geral para tudo, inclusive para as atividades que deveriam dar prazer.


5- HÁBITOS TÍPICOS DA DEPRESSÃO PODEM PIORAR O QUADRO DA DOENÇA

A depressão está longe de ser um mal menor - pelo contrário, é uma doença séria que exige acompanhamento médico. A importância do tratamento foi reforçada com a divulgação do estudo "Health in Brazil" (Saúde no Brasil), publicado no periódico científico Lancet, no último dia 9 de maio. Um dos dados mais alarmantes dessa extensa pesquisa é o de que as doenças psiquiátricas, incluindo a depressão, têm diminuído a expectativa de vida do brasileiro mais do que doenças cardiovasculares, que ocupam o segundo lugar no ranking. Aparentemente silenciosa, a depressão é responsável por 19% dos anos a menos - junto a outros distúrbios psíquicos, como psicose e abuso do álcool -, enquanto problemas cardiovasculares foram responsabilizados por 13% desse retrocesso.

De acordo como a pesquisa, 18 a 30% dos brasileiros já apresentaram sintomas de depressão. Além disso, 10,4% dos moradores adultos da região metropolitana de São Paulo sofrem com a doença. Não é fácil lidar com a depressão, ainda mais quando sabemos que, em geral, o comportamento do paciente costuma enterrá-lo ainda mais no quadro. "O 'slogan' dele é 'não vejo saída, não tem solução'", explica a psicóloga e escritora Olga Tessari, de São Paulo. Confira a seguir quais são os hábitos mais nocivos ao tratamento da doença

Isolamento social
É um dos principais comportamentos nocivos e pode variar de acordo com o nível da depressão. A psicóloga Aridinéa Vacchiano, do Rio de Janeiro, diz que, em casos de depressão leve, ainda há algum envolvimento e até mesmo vontade de superação. Em nível moderado, existe mais dificuldade em suportar a pressão, o que compromete o rendimento de sua produção e a clareza da percepção. Isso facilita o isolamento. Já na depressão severa, o depressivo pode sofrer até mesmo de amnésia e ilusões, chegando ao isolamento total.

Nesse último estado, o ciclo de pensamentos negativos se torna constante, podendo levar a pessoa até mesmo ao suicídio. Aqui, familiares e amigos são fundamentais para resolverem algo que está fora do alcance das mãos do depressivo: sua recuperação. O convívio social tem papel importantíssimo, já que tornará menos frequente essas ideias ruins.
A dica da psicóloga Olga Tessari é chamar a pessoa para fazer coisas que a agradem. Brigas frequentes em casa ou a obrigação de ter que fazer algo que não gosta diminui ainda mais a autoestima do portador da depressão, piorando o quadro da doença.
Ao mesmo tempo, a ajuda médica jamais deve ser esquecida. "A depressão provoca desequilíbrio na produção de algumas substâncias e precisa de medicação para restabelecer essa produção, alem de terapia, que tratará das causas da doença", esclarece Olga. 

diponível em: http://www.minhavida.com.br/conteudo/13252-Habitos-tipicos-da-depressao-podem-piorar-o-quadro-da-doenca.htm PUBLICADO EM 18/5/2011 POR ANA PAULA DE ARAÚJO